“Há 15 anos o STF adia a correção da poupança dos aposentados” – diz Folha de S.Paulo

A tragédia que assola milhões de brasileiros aposentados, especialmente os que enfrentam doenças graves e a fragilidade da idade avançada,

A tragédia que assola milhões de brasileiros aposentados, especialmente os que enfrentam doenças graves e a fragilidade da idade avançada, continua a se arrastar em uma espera desesperadora que já dura mais de 37 anos. Os planos econômicos da década de 1980, que eram supostos a trazer a tão almejada estabilidade à economia, acabaram por afundar milhares de cidadãos em uma situação ainda mais precária. Um golpe silencioso que, até hoje, afeta a vida de muitos que dedicaram décadas de trabalho árduo para garantir uma aposentadoria digna. Agora, décadas depois, esses mesmos aposentados, que deveriam ter sua dignidade preservada, são obrigados a lidar com um governo inerte e um sistema judicial que não consegue resolver as pendências, adiando indefinidamente o que seria um direito legítimo.

Mas a situação é ainda mais grave quando consideramos os aposentados que estão enfrentando doenças debilitantes e a agonia do envelhecimento. Milhares desses brasileiros, que deram a vida para construir um país, estão agora à mercê de um sistema que não apenas os negligencia financeiramente, mas também os abandona emocionalmente. Imagine você, que está na terceira idade, doente, aguardando pacientemente uma reparação, um alívio financeiro que poderia ser a diferença entre uma vida digna e a miséria. Para muitos, essa espera não é apenas uma questão de justiça, mas de sobrevivência. O tempo está contra eles, e a demora do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos bancos em resolver esse imbróglio só aumenta a dor e a frustração.

Durante anos, o Brasil foi assolado pela inflação galopante e pelas mudanças drásticas nas políticas econômicas, deixando milhões de cidadãos vulneráveis, sem uma proteção real do Estado. Mas, em vez de corrigir os erros cometidos naquele momento, o governo e o Supremo Tribunal Federal se recusam a dar um desfecho digno a esses processos. Ao invés de ressarcir devidamente os aposentados, a burocracia e os acordos leoninos com os bancos apenas perpetuam a injustiça.

Hoje, a situação é desesperadora. As promessas de correção monetária e de indenização para as vítimas da inflação de outrora, ainda não foram cumpridas. Milhares de aposentados, que confiavam na possibilidade de ter um pouco de alívio, agora se veem à mercê de acordos que, na melhor das hipóteses, não chegam nem perto do valor que deveriam receber. O valor das propostas dos bancos, que raramente ultrapassa 30% do valor devido, é uma afronta a quem já foi lesado por uma política econômica falha e desastrosa. O desrespeito é tamanho que, ao recusar tais propostas, a única coisa que o aposentado pode fazer é esperar. Esperar por um milagre. Esperar pela justiça que nunca chega.

É profundamente vergonhoso que o STF tenha deixado esse caso indefinidamente parado. Os ministros parecem mais preocupados em gastar seu tempo em viagens internacionais do que em resolver questões que afetam profundamente a vida de milhões de brasileiros. O Brasil, que deveria ser um exemplo de justiça e eficiência, se afasta da realidade do povo e mergulha em uma espiral de negligência e desprezo. Cada dia que passa, mais aposentados morrem sem ver a reparação devida. E entre eles, estão aqueles que lutam contra doenças crônicas, com seus corpos fragilizados e a esperança de um desfecho que nunca chega.

Não podemos mais aceitar que o STF continue negligenciando esse caso, que está diretamente ligado à vida de milhões de brasileiros. O país não pode continuar a ser refém de acordos que beneficiam apenas as grandes instituições financeiras e condenam os mais vulneráveis à eterna espera. A justiça deve ser feita, e ela deve ser feita agora. Os aposentados, especialmente os doentes, merecem ver o fim dessa novela de injustiça e desrespeito, merecem que suas vidas sejam tratadas com dignidade e respeito. O governo e o Supremo Tribunal Federal precisam entender que o direito à justiça não pode ser adiado indefinidamente, e que os cidadãos que foram lesados por políticas econômicas falhas merecem ser reparados de forma justa e integral.

Ao longo desses anos, muitos aposentados já faleceram, sem jamais verem a justiça ser feita. Muitos outros, especialmente os que enfrentam doenças que os debilitam ainda mais, continuam a viver à margem, na esperança de que um dia o país irá finalmente cumprir com suas responsabilidades. No entanto, se continuar nesse ritmo, o Brasil não será mais do que um campo de promessas não cumpridas e de esperanças frustradas. O desespero, o abandono e a decepção se tornam mais evidentes a cada ano que passa, enquanto o STF e o governo parecem alheios à dor de milhões.

É preciso lembrar que os aposentados, muitos dos quais estão doentes, são aqueles que, por décadas, contribuíram para o crescimento do país, e é justamente esses que estão sendo mais uma vez sacrificados. Eles não pedem favores, mas sim o cumprimento de um direito legítimo. Não podemos continuar a permitir que a injustiça se perpetue de forma tão flagrante. O governo e o STF devem dar uma resposta concreta, rápida e justa para que possamos finalmente virar essa página de uma vez por todas. A dignidade do povo brasileiro, especialmente dos aposentados doentes, está em jogo, e a hora de agir é agora.

Com informações Folha de S.Paulo

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