Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma triste realidade que, infelizmente, ainda é ignorada por muitos: o aumento alarmante dos casos de HIV na população idosa. Uma estatística que não apenas surpreende, mas que também acende um sinal vermelho para todos nós. O aumento de 441% nos casos de HIV em idosos nos últimos 10 anos é um reflexo de uma sociedade que, muitas vezes, negligencia os cuidados com a saúde de quem já passou dos 60 anos, acreditando que este público está imune a certos riscos. A realidade, no entanto, é bem diferente.
Em 2012, apenas 378 idosos foram diagnosticados com HIV. Dez anos depois, em 2022, esse número saltou para 1.951, um crescimento assustador que coloca em evidência um problema ainda muito pouco discutido: a saúde sexual dos idosos. Afinal, quem pode imaginar que o HIV pode afetar alguém com mais de 60 anos? A verdade é que, na maior parte das vezes, o diagnóstico acontece de forma tardia, quando o vírus já causou danos irreparáveis, e a luta contra a Aids se torna ainda mais difícil.
E não para por aí: a quantidade de óbitos causados pela Aids em idosos aumentou 85% no mesmo período, subindo de 980 em 2012 para 1.827 em 2022. Isso é mais do que um simples número. São vidas interrompidas, histórias não vividas, sonhos não realizados. São famílias que sofrem a perda de um ente querido por uma doença que poderia ser tratada e evitada. E a causa dessa tragédia é, em grande parte, a falta de conscientização e de uma abordagem médica preventiva voltada para esse público tão vulnerável.
A triste realidade é que os idosos não são o foco das campanhas de prevenção. Isso, por si só, já representa um grave problema. Eles não são vistos como parte dos grupos de risco, como se a vida sexual dos mais velhos fosse algo a ser descartado. O estigma de que idosos não têm mais desejo ou interesse sexual é profundamente errôneo e prejudicial. Na maioria das vezes, quando os idosos procuram um médico, sua vida sexual não é considerada e, por consequência, o HIV não é investigado. Isso é um erro fatal, porque muitas vezes a infecção só é descoberta quando a situação já está avançada e o tratamento se torna mais complexo e menos eficaz.
Além disso, há a questão do envelhecimento do sistema imunológico. A chamada imunossenescência torna o corpo mais vulnerável a infecções, dificultando a resposta do organismo ao HIV. Isso significa que, para os idosos, a evolução do HIV para a Aids é mais rápida, o que agrava ainda mais o quadro. O tratamento se torna uma corrida contra o tempo, e as comorbidades que vêm com a idade, como hipertensão e diabetes, tornam o manejo da doença mais difícil.
Esse aumento nos casos de HIV na população idosa não é uma exclusividade de uma cidade ou região do Brasil. É um fenômeno nacional. Em 2022, o Brasil registrou 43.403 novos casos de HIV e 10.994 óbitos causados pela Aids. O crescimento nos casos de HIV em 2023 é uma triste continuidade dessa trajetória, e as previsões indicam que os números serão ainda mais alarmantes. Enquanto isso, os grupos mais vulneráveis continuam sendo os mais expostos: jovens mulheres, homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas que usam drogas injetáveis e pessoas trans.
Porém, ao falarmos de HIV, não podemos deixar de mencionar que a prevenção é possível, e ela está ao alcance de todos. O uso de preservativos, tanto masculinos quanto femininos, ainda é a principal estratégia de proteção. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma série de métodos eficazes para prevenir a infecção. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) são duas opções que têm se mostrado eficazes na prevenção do HIV. Ambas são oferecidas gratuitamente pelo SUS e devem ser consideradas, principalmente para aqueles que se encontram em maior risco.
Mas a prevenção não é o único passo. O tratamento também é crucial, especialmente para aqueles que já vivem com o HIV. O tratamento antirretroviral é fundamental, pois mantém a carga viral do paciente indetectável, o que não apenas melhora a qualidade de vida do paciente, mas também torna a transmissão do vírus impossível. Isso significa que, com o tratamento correto, as pessoas com HIV podem viver uma vida longa e saudável, sem transmitir a doença.
Essa situação de alerta é um chamado para todas as famílias brasileiras, especialmente aquelas que têm idosos em casa. O aumento dos casos de HIV na população idosa exige uma mudança de postura. Precisamos conscientizar nossos familiares, principalmente os mais velhos, sobre a importância de cuidar da saúde sexual, mesmo na terceira idade. Infelizmente, muitos ainda ignoram os riscos, achando que não precisam se preocupar com essas questões. Precisamos mudar essa mentalidade, entender que a saúde é um bem precioso e que todos, independentemente da idade, merecem cuidados adequados.
O Viva Melhor Home Care, comprometido com o bem-estar dos nossos idosos, alerta a todos os familiares para que se atentem aos sinais e sintomas do HIV, especialmente no caso de internações ou consultas médicas. O diagnóstico precoce faz toda a diferença. Se houver qualquer suspeita, procurem orientação médica e solicitem o teste de HIV. Isso pode salvar vidas.
Estamos vivendo um momento de transformação na forma como encaramos a saúde e o envelhecimento. Precisamos olhar para os idosos com outros olhos, com mais respeito, mais atenção e, acima de tudo, com mais amor. Não podemos mais deixar de lado a saúde de quem tanto contribuiu para a sociedade. Precisamos olhar para os idosos como seres humanos plenos, com todas as suas necessidades, e garantir que eles tenham acesso a todos os cuidados que merecem.
O Viva Melhor Home Care se coloca à disposição para ajudar as famílias a garantir que seus entes queridos recebam os cuidados adequados, não apenas em relação ao HIV, mas também a todas as outras questões de saúde que surgem com o envelhecimento. Oferecemos uma equipe de profissionais qualificados para atender a todas as necessidades dos idosos, com a atenção, o carinho e a competência que eles merecem.
É fundamental que todos, sem exceção, compreendam a gravidade da situação. Não podemos mais ignorar os idosos e suas necessidades de cuidado, especialmente no que diz respeito à prevenção de doenças graves como o HIV. O tempo de inação já passou. Precisamos agir agora para garantir um futuro mais saudável e digno para todos.
Vamos nos unir para proteger nossos idosos, conscientizando-nos sobre os riscos do HIV, buscando a prevenção e incentivando o tratamento adequado. O conhecimento é a chave para a mudança, e com ele podemos transformar a realidade da saúde no Brasil, especialmente para a população idosa. Não deixe para amanhã o cuidado que você pode oferecer hoje. Lembre-se: a saúde de nossos idosos depende de nós.
Com informações Folha de S.Paulo