Melasma, flacidez, rugas, e manchas: esses são apenas alguns dos incômodos que afligem a autoestima de milhões de brasileiros, especialmente em tempos em que a aparência e a saúde da pele se tornaram uma prioridade. Quando o assunto é melasma, muitas pessoas podem até sentir uma certa frustração, pois trata-se de uma condição que pode afetar tanto o corpo quanto a mente. As manchas escuras que surgem principalmente na testa, bochechas, nariz e queixo são mais do que um problema estético; elas podem desencadear uma série de questões relacionadas à autoestima e ao bem-estar.
O melasma é, sem dúvida, um dos distúrbios de pigmentação mais desafiadores de tratar. Ele ocorre devido ao aumento da produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. A produção excessiva de melanina pode ser causada por diversos fatores, como exposição ao sol, alterações hormonais e até mesmo estresse. O excesso de radicais livres, causados por fatores como poluição e tabagismo, pode aumentar ainda mais a produção de pigmento e agravar o quadro. A consequência disso é o surgimento de manchas escuras, que se tornam um verdadeiro pesadelo para quem sofre com a condição.
Porém, para aqueles que se perguntam se há solução para o melasma, a resposta não é simples. Embora não exista uma cura definitiva para essa condição, é possível controlar e até mesmo reduzir as manchas com o tratamento adequado. O primeiro passo, como sempre, é entender a raiz do problema. O melasma pode ser desencadeado por uma série de fatores, desde questões hormonais até o envelhecimento da pele. A exposição constante ao sol e os processos naturais de envelhecimento, que afetam a produção de melanina, tornam a condição ainda mais desafiadora.
O fato de o melasma ser mais prevalente em mulheres, especialmente durante a gravidez, no uso de anticoncepcionais ou terapias hormonais, deixa claro que a ação dos hormônios tem um impacto direto na produção de melanina. Mas, engana-se quem pensa que apenas as mulheres estão sujeitas ao melasma. Embora elas sejam mais propensas, o distúrbio pode ocorrer em homens também, principalmente em indivíduos com fototipos mais escuros, que naturalmente têm mais melanina. No Brasil, a pesquisa desenvolvida pela La Roche-Posay entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023 revelou que 62% da população apresenta algum tipo de desordem pigmentária, e o melasma representa uma parte significativa dessas condições.
Para quem sofre com melasma, é importante entender que o tratamento exige paciência e disciplina. Não existe um “remédio milagroso” que vá eliminar as manchas da noite para o dia. Mas com o acompanhamento adequado de um dermatologista e o uso de tratamentos específicos, as manchas podem ser significativamente reduzidas e controladas. Em casa, o uso de protetor solar é imprescindível para prevenir a intensificação das manchas. Além disso, o uso de suplementos como o Ômega 3, que têm ação anti-inflamatória, pode ajudar a melhorar a saúde da pele.
Produtos que ajudam a fortalecer a barreira da pele também são importantes, como aqueles que contêm ceramidas, ácidos graxos e colesterol. Essas substâncias ajudam a proteger a pele contra danos externos, prevenindo a inflamação que pode intensificar o melasma. Nos tratamentos clínicos, lasers podem ser utilizados para reduzir as manchas e melhorar o tom da pele, proporcionando resultados mais rápidos e eficazes.
No entanto, é fundamental que o tratamento seja realizado sob orientação de um dermatologista, já que o uso inadequado de certos produtos pode causar efeitos adversos. A farmacêutica Fernanda Chauvin, especialista em dermatocosmética, alerta que produtos que contêm ácido retinóico e hidroquinona, muito utilizados para tratar melasma, devem ser prescritos por profissionais qualificados. Isso porque esses compostos podem aumentar a fotossensibilidade, ou seja, a sensibilidade da pele à luz solar, o que pode causar reações indesejadas quando a pessoa se expõe ao sol.
Além disso, quando usados de forma errada ou interrompidos abruptamente, esses tratamentos podem causar o chamado efeito rebote, piorando o quadro de melasma. Por isso, a escolha de cosméticos mais suaves, sem ingredientes agressivos, pode ser uma alternativa interessante para quem deseja um tratamento menos invasivo, mas igualmente eficaz.
O mais importante, ao tratar o melasma, é evitar o agravamento da condição. Por isso, é essencial fazer um diagnóstico preciso para identificar a causa do problema e escolher o tratamento adequado. Usar produtos sem orientação pode, em muitos casos, piorar a situação, gerando inflamação e até ampliando as manchas. A especialista Joyce Rodrigues, cosmetóloga, reforça a importância de um cuidado personalizado, que leve em consideração o histórico de cada paciente e os fatores específicos que causam o melasma.
Além disso, quem sofre de melasma deve sempre estar atento aos cuidados diários. Usar protetor solar de forma constante, aplicar bruma ou água termal para hidratar a pele, evitar a exposição direta ao sol e, sempre que possível, procurar ambientes frescos e arejados, são medidas simples, mas essenciais para controlar o problema. O estresse também deve ser combatido, pois é outro fator que pode estimular a produção excessiva de melanina, agravando o quadro de melasma.
Portanto, se você está enfrentando o melasma, não desanime. O caminho para o controle dessa condição pode ser longo, mas com paciência, disciplina e o tratamento correto, você pode, sim, ver resultados significativos. A chave para o sucesso está em cuidar da sua pele com o auxílio de especialistas qualificados, usar os produtos certos e, claro, manter um estilo de vida saudável, que inclui proteção solar, hidratação e controle do estresse.
Lembre-se, a sua pele é única e merece cuidados especiais. Não se deixe levar por promessas milagrosas que muitas vezes só causam mais danos. Em vez disso, invista em tratamentos comprovados e, com o tempo, você verá sua pele mais saudável, com menos manchas e mais autoestima.
Com informações Folha de S.Paulo