
Se você lida com períodos menstruais intensos e prolongados, talvez nem imagine que isso tem um nome: menorragia. Mas eis a verdade incômoda: quando seu fluxo é tão intenso que você precisa trocar absorventes a cada hora ou perde sangue a ponto de se sentir exausta, isso não é “normal” e muito menos “coisa de mulher”.
A realidade é que 1 em cada 5 mulheres enfrenta esse problema. Se você é uma delas, sabe bem o quanto pode ser limitador. Afinal, como manter a rotina quando a cada instante precisa correr ao banheiro? Como lidar com as cólicas excruciantes que te fazem abrir mão de eventos, compromissos e até momentos simples do dia a dia?
O problema é que a sociedade ainda minimiza o impacto da menorragia, como se fosse apenas “mais um período intenso”. Mas a verdade? Isso pode ser sintoma de algo muito mais sério, como distúrbios hormonais, miomas, pólipos ou até mesmo doenças mais graves, como câncer uterino. E ignorar esses sinais pode custar caro – tanto em qualidade de vida quanto em saúde.
Muitas mulheres sofrem anos sem buscar ajuda médica. Você já parou para pensar que esse sofrimento não é obrigatório? Se você sente que seu ciclo menstrual foge do controle, não se conforme. Não permita que sua rotina seja refém de um fluxo intenso e incapacitante.
E se você acha que isso só acontece em idade reprodutiva, engano seu. Adolescentes podem sofrer com menorragia desde a primeira menstruação, enquanto mulheres maduras podem ter o problema após décadas de ciclos normais. Além disso, sangramentos após a menopausa jamais devem ser ignorados. Esses são sinais claros de que seu corpo está pedindo ajuda.
Agora, a pergunta que não quer calar: por que isso acontece?
Há diversas razões para a menorragia, e é importante entender que cada caso é único. Pode ser que seu corpo esteja lidando com desequilíbrios hormonais, criando um revestimento uterino mais espesso e resultando em sangramentos mais pesados. Miomas e pólipos também são vilões comuns, assim como distúrbios hemorrágicos que dificultam a coagulação do sangue.
Até mesmo o DIU de cobre, que muitas mulheres escolhem como método contraceptivo, pode ser um dos responsáveis. E não para por aí: doenças da tireoide, endometriose, resistência à insulina, síndrome do ovário policístico (SOP) e outras condições médicas podem estar por trás desse problema.
E aqui vem o ponto crucial: você pode (e deve) buscar tratamento!
O primeiro passo é procurar um ginecologista para investigar a causa exata do seu problema. Dependendo do diagnóstico, o tratamento pode envolver anti-inflamatórios, anticoncepcionais hormonais, DIUs hormonais ou medicamentos específicos como o ácido tranexâmico, que reduz a perda de sangue.
Mas quando a medicação não é suficiente, alguns procedimentos médicos podem ser necessários. Em casos mais graves, pode ser indicada a remoção de pólipos ou miomas, cauterização do endométrio (para reduzir o sangramento) e, em situações extremas, até mesmo uma histerectomia (remoção do útero).
O que importa aqui é que você não precisa sofrer calada. Chega de normalizar algo que afeta sua vida de forma tão intensa. Se sua menstruação te impede de viver plenamente, isso não é normal, e você merece buscar ajuda.
A boa notícia? A ciência avançou, e hoje há tratamentos eficazes que podem devolver sua qualidade de vida. Você não precisa aceitar o sofrimento como destino. Então, se você reconheceu os sintomas, faça algo por você: marque uma consulta e descubra quais são suas opções.
Lembre-se: cuidar de si mesma não é luxo, é necessidade. Seu corpo está te dando sinais – agora, cabe a você ouvir e agir.